terça-feira, 19 de setembro de 2017

Jesus APÓIA desigualdade de renda

Chocado pelo título? Pois é. E o título é o que vai ser realmente dito no artigo, não é nenhum "click bait", que é como chamam os títulos sensacionalistas de manchetes de jornais, revistas e vídeos que mentem ou dizem parte da verdade sobre o que está realmente escrito só pra chamar a atenção e ganhar cliques. Leia até o fim e entenda o porquê deste título.

Em primeiro lugar, não existe esta história de igualdade de renda. Isto não é um direito de NINGUÉM, você não nasce neste mundo com o direito de ganhar o mesmo que todo mundo ou tanto quanto quem ganha muito. Tal situação é utópica, consequentemente impossível, mas não deixa de ser desejada por muitos, derivada, principalmente, da cultura ideológica comunista.

E, como o Cristianismo é baseado na realidade, adivinhe: Jesus NÃO é a favor de igualdade de renda e apoia a desigualdade de renda. Entretanto, não confunda ser a favor de desigualdade de renda com ser a favor de injustiça ou de ser contra as pessoas progredirem na vida, são coisas completamente diferentes. Pois, como mencionei antes, não há NENHUM direito seu de ganhar algo apenas pelo simples fato de existir. Você ganha algo (no sentido de ser remunerado) quando você PRODUZ algo fruto do seu trabalho. Disso você recebe seu justo salário, que irá variar dependendo do que você está fazendo e para quem. Isso é a realidade e Deus, consequentemente Jesus, conhecem ela melhor do que ninguém. Daí o Cristianismo ser baseado na realidade, o que faz do Cristianismo uma religião baseada na realidade, e não uma ideologia, que deseja mudar a realidade.

Só com isso você percebe a CLARA distinção do Cristianismo para com o pensamento comunista. Enquanto que o comunismo apregoa a utopia de que todos os homens deveriam ganhar o mesmo e serem todos iguais, Jesus e Seu cristianismo declaram a realidade: as pessoas são diferentes e deverão ganhar de forma condizente com o que eles produzem, em um sistema MERITOCRÁTICO.

Mas, então, aonde que Jesus defende a desigualdade de renda e a meritocracia? O trecho, ao meu ver, que mais destaca isso é a parábola dos talentos:

"Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado."

Mateus 25:14-29

Antes de mais nada, o "isto" citado logo no início se refere ao "Reino dos Céus", que já tinha sido referenciado antes na parábola das dez virgens, daí a referência.

O fato de Jesus usar este exemplo como uma representação do Reino dos Céus (consequentemente, o "senhor" da parábola é um paralelo com o próprio Jesus) é uma evidência CLARA de que ele apoia este tipo de sistema. Repare que cada pessoa recebeu uma quantidade DIFERENTE de talentos, que é uma moeda da época. Não houve igualdade. Mas, primeiro, TODOS RECEBERAM. Daí vem a justiça, onde todos tem uma chance, pois se tratava de um teste para que cada um comprovasse sua capacidade de PRODUZIR. Segundo, cada um recebeu de acordo com suas capacidades. O melhor gestor recebeu mais e o gestor mais medíocre recebeu menos. Assim, temos uma justa, porém desigual, distribuição de renda.

Após o teste, vemos que os que receberam mais de fato recompensaram a confiança do senhor deles. Cada um deles rendeu uma certa quantidade, dentro de seus limites e todos estes foram elogiados pelo seu senhor. Apesar da desigualdade, todos prosperaram (e, detalhe, usando o mercado financeiro bancário) e todos foram, consequentemente, elogiados pelo seu trabalho, independente se rendeu 5 ou apenas 2. O importante era produzir.

E aí temos o que recebeu 1 talento. Ele já tinha recebido pouco porque ele não se mostrava tão digno de confiança, mas ele ainda recebeu a chance de provar a si mesmo. Ele poderia ter rendido apenas 1 e com certeza ele seria tão elogiado quanto os outros. Repare que o senhor, representando Jesus aqui, é JUSTO, pois entende as limitações de cada pessoa, sabendo que são diferentes e com diferentes capacidade. O que é importante é você progredir e prosperar. Entretanto, o pobre servo era medíocre e não procurou prosperar, preferindo apenas guardar, desobedecendo a ordem do senhor. Tal servo incompetente não tem lugar aqui, daí o senhor ter dado o pouco que ele tinha para o que tinha 10 talentos.

Isto significa que Deus vai oprimir o pobre? Não! Isto significa apenas que Deus é meritocrático por natureza e recompensa seus filhos de acordo com o empenho de cada um. E Ele é justo, colocando em pé de igualdade (o que é irônico pro título do texto) o que tinha 5 talentos com o que tinha 2, pois não os tratou diferente mesmo que um fosse mais próspero que o outro, pois ambos estavam sendo produtivos. O de apenas 1 talento foi censurado porque não produziu. Se ele tivesse produzido também, mesmo que fosse apenas 1 talento, ele seria igualmente elogiado. Esta é a justiça de Deus.

As pessoas usam muito estas referências como um indicador da ação de Deus frente a servos Dele que usam ou não usam seus talentos pra obra de Deus. Mas repare que é muito mais abrangente a referência, tendo uma aplicação muito prática na parte econômica. Deus recompensa quem produz. Deus entende e aceita a desigualdade de renda, pois ninguém é melhor por ser rico ou pobre, é melhor apenas se produz ou não. E Deus quer que TODOS, sem exceção, prosperem. Uns irão prosperar mais, outros muito menos. Mas irão. E o que acabamos de descrever? O CAPITALISMO. Sim, o capitalismo é essencialmente o sistema econômico baseado na realidade, consequentemente é O sistema que Deus aceita. E não o socialismo..

Então, que fique registrado: Deus é meritocrático. Pois Ele sabe que o ser humano funciona desta forma, pois foi Ele que nos criou assim. Aprendamos com isso. Deus nos abençoe. :)

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