terça-feira, 17 de julho de 2012

Preconceito e discriminação: dois conceitos DIFERENTES!

Hoje em dia, é fácil você topar com situações (revoltantes, diga-se de passagem), onde determinados "tipos" de pessoas (judeus, gays, nordestinos, mulheres, negros, etc.) sofrem algumaas situações vexatórias ou, pelo menos, são injuriados simplesmente por causa de seu "tipo" ou "opção". A primeira coisa que as pessoas, horrorizadas, falam acerca disto sempre carrega a palavra "preconceito" na frase:

"Ah, que absurdo! Preconceito!"
"Não devemos ter preconceito contra ninguém"

E coisas do tipo. Entretanto, eu pretendo corrigir algumas falhas frequentes que as pessoas fazem em relação a isso. A primeira:

1) Preconceito não é o que vocês pensam!!!

"Opa, peraí, senhor autor, quer dizer que o senhor vai defender estes malditos preconceituosos e (insira palavrões aqui)???!!!"

De jeito nenhum. Meu artigo vai deixar claro que a posição cristã (e, claro, a MINHA posição) são contra atitudes deste tipo. Porém, o meu ponto neste primeiro trecho do meu artigo é explicar que as pessoas entendem errado o que significa a palavra preconceito. Aliás, em NENHUM destes casos o problema é o preconceito!!!!

Aliás, o que é preconceito? É fácil entender, basta ver como a palavra é formada: "pré" + "conceito" = o que vem antes do conceito. Ou seja, "conceito prévio". Como assim? Explicando em termos, seria um conceito prévio que você tem acerca de alguém ou de alguma coisa!

Eu andei vendo o dicionário Michaelis e a primeira definição dele acerca de "preconceito" se enquadra perfeitamente. Ele diz: "Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados". Ou seja, você não conhece direito a pessoa ou a coisa e forma uma opinião sobre ela, uma opinião, geralmente, infundada. Sim, pode ser uma coisa também, não precisa necessariamente ser "gente". Por exemplo:

Você nunca viu comida japonesa na sua vida. Você chega num restaurante japonês, a convite de um amigo, olha pra todos aqueles pratos e... gera um preconceito sobre eles!!! Você não tem ainda um conhecimento adequado, mas sua mente, por padrão, julga aquilo que você vê, então a sua tendência normal é criar um conhecimento e um conceito (um preconceito) acerca desta comida baseado em seus conceitos anteriores (e, até, em outros preconceitos). Um preconceito típico seria o seguinte:

"O que, peixe cru?? Argh, deve ser horrível!"

Afinal, o "cru" geralmente é associado ao mal cozido, que, convenhamos, não abre muito o apetite de muita gente. Assim sendo, a pessoa, sem sequer ter colocado o sushi na boca, gera um preconceito que provavelmente fará com que ela nunca prove um sushi em toda a sua vida. Aí, vamos supor que você resolveu repensar seu preconceito e experimentar o sushi, pra ver se ele é aquilo que você pensa. Você prova e.. nossa, não era aquilo que você pensava! Aré que é gostoso.. Você, então, adquire um conhecimento adequado sobre o sushi e seu preconceito vai embora... Mas, antes, ele existiu, e isto é inevitável..

Sim, inevitável. A tendência do ser humano é julgar tudo o que vê baseado em seus conceitos e preconceitos, muitas vezes, gerando outros preconceitos. No nosso exemplo, foi um preconceito ruim acerca de um sushi. Mas poderia ser bom. Por exemplo, suponhamos que você viu um bolo de casamento. Você adora bolo, vê aquele bolo todo enfeitado, bonito e já fica com água na boca. Você fica ansioso e acha que aquele bolo vai ser delicioso (mas você não o provou ainda)! Ou seja, você gerou um preconceito positivo sobre o bolo. Mas, aí você prova o bolo e vê que o mesmo é enjoado.. E você percebe que seu preconceito, embora bom, estava errado... E, obviamente, você adquire o conhecimento e pode julgar adequadamente o bolo, já que o provou. É assim com objetos.. e é assim com humanos também!

Com isso, podemos chegar a algumas conclusões:

a) Preconceito pode ser bom ou ruim. Ou seja, o preconceito, em si, não é errado, depende de qual preconceito você pensou/
b) É padrão dos ser humanos gerar preconceitos;
c) Preconceitos são julgamentos e pensamentos INTERNOS das pessoas.

Assim, vamos usar agora uma abordagem com humanos: vamos supor que você tem um preconceito com judeus. Você não conhece nenhum, mas conhece o que a Bíblia diz sobre como os judeus (ops, alguns judeus, pra ser justo) entregaram Jesus pra ser crucificado. Somente isso já causa um impacto em você e você pensa: "Poxa, estes judeus devem ser muito malvados de terem feito isso". E, assim, de repente vai surgindo um preconceito na sua cabeça de que judeus são pessoas ruins.

Entretanto, até agora, você apenas PENSOU isso. Você apenas gerou um preconceito. Até aqui, não passa de um conceito (errado, mas ainda um conceito) criado pela sua cabeça baseado no que voce sabe. Vamos, agora, mostrar o lado errado que as pessoas condenam, mas associam ao preconceito... O vilão, na verdade, é a..

2) Discriminação!!!

Sim, amigos, discriminação. Vamos definir a palavra? Discriminação significa, segundo o dicionário Michaelis, "Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes.". Ou seja, por exemplo, você tinha aquele preconceito com judeus, até agora estava quieto. Mas, um dia, chegou um judeu no seu local de trabalho. Você, enfurecido, começou a infamar ele, baseado em seus preconceitos, comentando o quanto "aquele judeu" seria uma má influência, o quanto não ia com a cara dele ou, até, pior, você abordou o pobre sujeito de forma ofensiva, xingando e agredindo ele verbalmente. Agora, o que temos aqui? Aquele preconceito que você tinha foi.. externado. Ele foi trazido à tona por você na forma de uma DISCRIMINAÇÃO. Você tratou mal o pobre judeu, que sequer havia se pronunciado até este momento, e discriminou ele. O tratou de "modo preferencial", só que um "preferencial ruim". Apenas por ele ser judeu. Voce não contemplou nenhuma real atitude do judeu, nem ouviu relatos de pessoas que o conhecem de perto, para saber alguma coisa sobre ele. Nisto, meu caro, você errou contra o pobre judeu.


E eis que agora podemos corrigir a falha das pessoas. Sabemos, agora, que preconceito é algo normal e que pode ser bom ou ruim. Sabemos que, um preconceito guardado pra si não machuca ninguém. E sabemos que um preconceito ruim, quando é externado, pode gerar discriminação. E é isso que devemos combater. Porque, se Jesus não cometia discriminação, porque NÓS deveríamos fazê-lo?


Deus sabe de todas as coisas. Ele vê todo ser humano apenas como um ser humano pecador, carente da salvação. Nada mais. Idioma falado, sotaque, nacionalidade, modo de se vestir, opinião, credo, nada disso ele vê como algo que torne as pessoas melhores ou piores umas das outras. Apenas o ser humano e suas atitudes para com Ele e para com o seu próximo é que contam. Se você ama a Deus, obedecendo os seus mandamentos (os quais são BONS pra você a a humanidade), e ama ao seu próximo, não importa o que você é, Deus quer ser seu pai. Basta só que você aceite Ele como seu Senhor e Salvador. Veja o que a Bíblia fala sobre o que Deus pensa sobre as "diferenças":


"E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas". Atos 10:34

"Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas". Deuteronômio 10:17

Fora outros versículos que eu não encontrei no momento...

Enfim, o foco deste artigo é este (vai aí o resumão, pra quem se perdeu neste muro de textos.. heheeh):

1) Preconceito e discriminação são conceitos totalmente diferentes. Enquanto o preconceito pode ser bom ou ruim e é apenas um conceito que se tem sobre algo ou alguém, a discriminação envolve um ato (geralmente errôneo) contra algum tipo de pessoa ou coisa. O que é errado é a discriminação, e não o preconceito, pois todos têm preconceitos em suas mentes!
2) Deus não tem preconceitos, já que sabe todas as coisas. Ele não tem discriminação, pois ama a todos por igual. Tudo o que precisa ser feito é aceitar a Ele como Senhor e Salvador e seu "tipo" de pessoa não importará para ele. E o que for errado nas suas atitudes Ele irá ajudá-lo a corrigir!

É isso. Espero que este texto sirva de edificação pra alguém. Aproveitando o foco deste texto, pretendo continuar este assunto, desta vez focando no termo "homofobia" e o quão errôneamente ele é utilizado (principalmente contra cristãos)! ;)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Passaremos a eternidade apenas cantando???

Uma coisa que é muito falada em muitos lugares (incluindo minha igreja) acerca da nossa eternidade com Cristo é que nós seremos um grande coral, cantando eternamente para Cristo. Muitos alegam que, uma vez que uma de nossas principais funções, a evangelização, não será mais necessária, pois tudo estará cumprido (incluindo o plano de salvação) e não haverá mais necessidade de pregações, então o que nos restará fazer é louvar... Louvar o tempo todo...

Antes de mais nada, não me levem a mal. Eu canto em um coral da minha igreja e gosto disso. Além disso, acho muito bonito os vários corais, especialmente os evangélicos, que existem pelo mundo. Suas apresentações costumam ser bonitas, prazerosas de se ouvir e, porque não dizer, abençoadas (quando são cantados hinos para Cristo). Feito este "adendo", continuarei com o meu ponto...

Antes de mais nada, o que é o louvor? Louvor é nada mais nada menos do que uma forma de se exaltar algo ou alguém, atribuindo-lhe mérito. No caso de um servo de Deus, o louvor é associado (ou deveria ser) a Deus como uma das várias formas de adoração. Sim, adorar e louvar são conceitos distintos: enquanto que louvor é um tipo de adoração, a adoração engloba todas as formas que temos para exaltar a grandeza e superioridade de algo (no caso, de Deus). O louvor é só uma delas...

O louvor é essencialmente associado ao canto, porém ele é muito mais do que isso. Se você escreve uma poesia para Deus, onde você o adora, isto pode ser considerado louvor. Se você faz uma apresentação teatral, reproduzindo, por exemplo, um dos fatos históricos da Bíblia, tendo o cuidado de exaltar a Deus, você (e, teoricamente, todos os atores da peça) está louvando a Deus. Ou seja, o louvor é muito mais amplo do que as pessoas pensam..

Agora, posso chegar aonde queria... As pessoas frequentemente associam a nossa eternidade a um grande coral adorando a Deus. Eu não discordo que passaremos a eternidade adorando a Deus, até porque nós já o fazemos hoje, de forma imperfeita, mas fazemos. Porém, há uma diferença grande entre adorar e louvar e, mesmo no termo louvar, encontramos múltiplas formas de se fazê-lo, sem que necessariamente precisemos cantar algo. Como passaremos a eternidade adorando a Deus, então louvor é apenas uma parte de nossa vida na eternidade. Com certeza tem muito mais coisas a serem realizadas. Porém, em todas nós estaremos adorando a Deus, visto que a Bíblia demonstra como a vida do servo de Deus também serve como adoração a Deus.

Outro ponto que me leva a discordar desta visão é que eu creio em um Deus infinito e todo poderoso. Eu não consigo imaginar Deus, depois de tanto tempo preparando o mundo.. não, o universo para os eventos dos fins dos tempos e a rendenção de seu povo, iria reduzir a vida eterna de seus servos a serem apenas... um grande coral! Como eu disse antes, não tenho nada contra corais, pelo contrário, os admiro, mas, convenhamos, o "currículo" de Deus é extremamente extenso para se reduzir seus planos a algo medíocre como isso. Além disso, um versículo da Bíblia deixa claro que os planos de Deus para a eternidade são MUITO mais extensos do que possamos imaginar:

1 Coríntios 2:9- Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.

Deus está infinitos passos a nossa frente em todas as coisas. Ele sabe tudo e pode tudo. Sabendo disso, podemos imaginar que Deus nos reserva muito mais coisas do que possamos imaginar. O que seriam estas coisas? Não sei, mas um dia saberemos, quando Ele vier nos buscar. Para isso, devemos estar preparados, adorando a Deus de todas as formas que pudermos! :)

Um último ponto a destacar é que o Apocalipse relata que, após os eventos da Grande Tribulação, Deus criará novos céus e nova Terra. Se Deus criará uma nova Terra e, supostamente, iremos morar no "céu", porque ele iria nos deixar apenas cantando no céu para Ele??? Se ele irá recriar a Terra, eu tenho certeza de que Ele tem a intenção de que a Terra seja desfrutada. Por quem? Nós!

Bom, é isso. Espero que este texto possa ter abençoado sua vida e estou aberto a eventuais comentários, desde que sejam construtivos e/ou respeitosos.. :)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E aí, posso julgar você um pouquinho?

Uma das várias frases que eu escuto quando se envolve questões religiosas é frases do tipo:

"Não julgue seu irmão"
ou
"Você não pode me julgar, por que blablabla"
ou
"Jesus disse que não devemos julgar"
ou, também
"Tira primeiro sua trave pra depois pensar em tirar meu cisco"

Depois desta introdução, você deve estar se perguntando:

"O que este cara pretende com isso? Será que ele está tentando justificar os preconceitos dele??"
ou
"Não, não me fale, você está querendo viabilizar quaisquer críticas que estejam fazendo contra certos julgamentos seus"
ou, quem sabe
"Você está cansado de ser julgado e quer justificar suas condutas condenáveis"

Ou, sei lá, coisas semelhantes a estas. Ou não.

De qualquer forma, não, não é nada disso. O que quero dizer é que há um grande erro que as pessoas cometem ao entender a posição de Jesus e a posição de Paulo (inspirada por Deus) acerca deste assunto. As pessoas pegam Mateus 7:1

"Não julgueis, para que não sejais julgados" e rapidamente disparam contra quaisquer críticas que alguém jogue contra determinados comportamentos."

E disparam coisas do tipo:

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- O irmãozinho parece estar se excedendo em suas "animações no púlpito", não é?
- Irmão, não julgue ele. Você não sabe de suas intenções, Deus que sabe.
- Mas acho que ele poderia ser menos... err... alegre ali, né?
- Jesus não julga, porque você julgaria?
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Pessoa A: Rapaz... E não é que eu vi Fulano comprando um bilhete de loteria ontem?
Pessoa B: Eita, Jesus! Tá desviando!
Pessoa C: Você não sabe, irmão.. Ele não vai perder a salvação dele só por 1 real...
Pessoa B: Ah, mas é errado!!! Eu não faria aquilo!
Pessoa C: Mas você não pode julgar.. Jesus disse em Mateus 7:1...
Pessoa B: ahh.. é.. tipo... mas ele tá errado!!!

Note que "Pessoa A" está calado o tempo todo, pois sua missão de "esclarecimento" (vide "fuxico") já foi cumprida...
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Enfim, coisas assim ou semelhantes a estas (adoro esta expressão!)... Só um adendo: não vou dizer se apostar em loteria é certo ou errado, nem comentar acerca de determinadas "animações" em um culto. Fica pra outro artigo.. :)

Você entendeu, né? A ilustração é simples: alguém comete algum ato duvidoso ou "fora do padrão" e rapidamente alguém se posiciona contra e/ou duvida do quão "crente" aquela pessoa é. E alguém rapidamente o defende, alegando que esta pessoa o está julgando e que Jesus proibiu isso.. Booooooooooom... Estas pessoas certamente não leram todo o texto!!

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Mateus 7:1

1- Não julgueis, para que não sejais julgados.
2- Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3- E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4- Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5- Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

6- Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.
7- Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8- Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.
9- E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10- E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
11- Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?
12- Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.
13- Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14- E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
15- Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
16- Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17- Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18- Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
19- Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20- Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
21- Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

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Colei toda a sequência para manter o contexto, porém só a parte em negrito contribui para o entendimento do assunto de meu artigo. Veja por este lado, você já pode dizer que leu a Biblia hoje! :D

Agora, darei uma breve interpretação versículo a versiculo, então irei unir tudo, ok? :)

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1- Não julgueis, para que não sejais julgados.

Este todo mundo conhece. A ordem é clara "Não julgueis"... Porém, é igualmente oportuno notarmos que esta oração possui uma oração subordinada logo após ela, dando-lhe uma FINALIDADE! Ou seja:

Não julgueis, a fim de que não sejais julgados

Ou seja, se você não quer ser julgado, não julgue.

Mas vamos adiante!

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2- Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

Aqui, temos uma EXPLICAÇÃO diretamente relacionada à oração anterior... Antes, foi definida a finalidade, o motivo de Jesus ter nos instruído a não julgarmos. Agora, ele está explicando isso...

Juntando com o anterior, temos:

Se você não quer ser julgado, não julgue, pois serás julgado da mesma forma e com a mesma intensidade com a qual você julgou a outra pessoa.

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3- E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4- Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5- Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.


Estes versiculos são interligados, então os analisarei conjuntamente...

Jesus diz, em outros termos... Você fica aí, dizendo que seu irmão é isso, fez aquilo, mas VOCÊ também fez várias outras coisas! E não se toca delas!!! Primeiro, conserte os seus atos errôneos, aí depois vá consertar os erros de seu irmão!!

Lucas 6:42 tem um versículo semelhante, MAS ele é mais explicativo:

42- Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.

Que interessante! O fato de tirar a "trave" do seu olho não é uma questão do tipo: "corrija o outro somente se você está mais santo do que ele" ou coisa do tipo. O termo chave é "ver melhor". Você deve tirar aquilo que está impedindo que você enxergue bem, para que você consiga tirar o cisco (erro) do seu irmão.

Opa, MAS ele não tinha dito antes que não era pra julgar??? Porque, agora, ele fala em corrigir o irmão?? Calma, vamos juntar tudo o que temos até agora:

Se você não quer ser julgado, não julgue, pois serás julgado da mesma forma e com a mesma intensidade com a qual você julgou a outra pessoa.
Como podes julgar o seu irmão, se você tem incorreções em sua vida, que o impedem de enxergar bem o suficiente para ver as imperfeições de seu irmão? Primeiro, elimine-as, para que possas ter o DISCERNIMENTO necessário para que possas corrigir a seu irmão corretamente (tirar o cisco).


Vamos continuar nossa análise, então...

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12- Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.

Esta frase é tão clara, que não precisa de explicação... Esta frase é conhecida como a Regra de Ouro do Confucionismo, e, sendo uma verdade, também foi dita por Jesus (ordem cronológica não importa aqui). Combina perfeitamente com a parte que eu disse antes, referente às consequências de um julgamento que você fizer..

Ou seja:

Se você não quer ser julgado, não julgue, pois serás julgado da mesma forma e com a mesma intensidade com a qual você julgou a outra pessoa, uma vez que devemos fazer aos outros somente aquilo que queremos que eles façam a nós.
Como podes julgar o seu irmão, se você tem incorreções em sua vida, que o impedem de enxergar bem o suficiente para ver as imperfeições de seu irmão? Primeiro, elimine-as, para que possas ter o DISCERNIMENTO necessário para que possas corrigir a seu irmão corretamente (tirar o cisco).


Continuemos!!

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15- Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
16- Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17- Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18- Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.


Tudo isto se junta como um versículo só, então será analisado conjuntamente!
Jesus faz uma metáfora comparando as pessoas com árvores frutíferas, pois ambas gerariam frutos. No nosso caso, frutos são atitudes, conforme pode-se notar quando contextualizamos com Gálatas 5:22..

22- Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.

Ou seja, devemos esperar ISSO de uma árvore boa.. ops! de uma pessoa "boa" (boa = alguém que é uma ovelha, e não um lobo, conforme são chamados os falsos profetas, no versículo 15). O versículo 17 enfatiza que conhecemos uma árvore pelos seus frutos, assim como conhecemos as pessoas pelos seus frutos (atitudes e consequências das mesmas). Assim, temos:

Se você não quer ser julgado, não julgue, pois serás julgado da mesma forma e com a mesma intensidade com a qual você julgou a outra pessoa, uma vez que devemos fazer aos outros somente aquilo que queremos que eles façam a nós.
Como podes julgar o seu irmão, se você tem incorreções em sua vida, que o impedem de enxergar bem o suficiente para ver as imperfeições de seu irmão? Primeiro, elimine-as, para que possas ter o DISCERNIMENTO necessário para que possas corrigir a seu irmão corretamente (tirar o cisco).
Existem pessoas que se fingem de "cordeiros" (servos de Deus), mas, na verdade, são "lobos devoradores" (falsos crentes ou falsos profetas). Podemos discernir os mesmos vendo os seus frutos (atitudes e consequências das mesmas), pois frutos ruins implicam em uma pessoa "ruim", ao passo que frutos bons implicam em uma pessoa "boa".


(o motivo das aspas irei explicar depois)

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FINALMENTE, o último trecho:

19- Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20- Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
21- Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.


o versículo 19 mostra o destino de quem dá frutos ruins e o versículo 18 enfatiza o que foi dito no trecho anterior acerca de distinguir lobos de cordeiros.

O versículo 21 é o mais preocupante... Ele deixa claro que muitos que supostamente clamam a Deus na verdade não entrarão no reino dos céus. Somente entrarão no reino dos céus aqueles que fazem a vontade de Deus (rendem bons frutos).

Enfim, juntando tudo, temos esta "mistureba":

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Se você não quer ser julgado, não julgue, pois serás julgado da mesma forma e com a mesma intensidade com a qual você julgou a outra pessoa, uma vez que devemos fazer aos outros somente aquilo que queremos que eles façam a nós.
Como podes julgar o seu irmão, se você tem incorreções em sua vida, que o impedem de enxergar bem o suficiente para ver as imperfeições de seu irmão? Primeiro, elimine-as, para que possas ter o DISCERNIMENTO necessário para que possas corrigir a seu irmão corretamente (tirar o cisco).
Existem pessoas que se fingem de "cordeiros" (servos de Deus), mas, na verdade, são "lobos devoradores" (falsos crentes ou falsos profetas). Podemos discernir os mesmos vendo os seus frutos (atitudes e consequências das mesmas), pois frutos ruins implicam em uma pessoa "ruim", ao passo que frutos bons implicam em uma pessoa "boa".
As pessoas ruins serão cortadas (ou seja, serão separadas da árvore) e lançadas no fogo (ou seja, serão condenadas). As pessoas boas não sofrerão este destino.
E, não se iluda com as aparências, pois nem todos que clamam a Deus irão entrar no reino dos céus, porém APENAS aqueles que fazem a vontade de Deus..

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Êta mistureba.. Vamo arrumá esta bagaça! :D

Nosso texto misturado nos sugere que há dois tipos de julgamento que podem ser feitos:

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1) Julgarmos as atitudes (ou o estado da fé) de um irmão (alguém que é membro da nossa igreja ou é de outra denominação):

Quando isto ocorre, estamos nos referindo a pessoas que geralmente professam a nossa fé. Pode ser de nosso convívio ou não, mas geralmente é. Julgamos se a pessoa está pecando em determinadas atitudes da mesma ou em situações em que ele esteja passando:

a) A irmã está usando um decote meio "ousado".. Tá pecando!
b) Os filhos daquele pastor são desobedientes. Então, ele não é destinado a ser um pastor

e blablabla...

Enfim, isso tudo sempre termina em NÓS, os aparentemente "mais corretos", tentarmos dar uma lição de moral (ou fé???) para este pobres pecadores... O que minha confusa análise do que Jesus disse tem a nos dizer sobre isso??

I- Quer julgar eles? Julgue, mas esteja preparado para também ser julgado da mesma forma!
II- Quer ter discernimento para julgar aquela pessoa? Primeiro, corrija qualquer coisa errada em si mesmo que o esteja impedindo de julgar adequadamente o seu irmão!
III- Uma vez que esteja ciente das implicações e esteja apto para tal, corrija a seu irmão.

Ou seja, só podemos julgar o nosso irmão se estivermos dispostos a sermos julgados também. E dispostos a ajudá-los a corrigir-se, desde que nós façamos o mesmo com nós mesmos, pois assim poderemos guiar nosso irmão no caminho certo.

Este versículo explica isso..

Lucas 6:39- E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?

Ou seja, se você está cego, como vai guiar seu irmão cego pelo caminho??

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2) Julgarmos se uma pessoa é serva de Deus ou não (lobo ou cordeiro??) ou se ela está ensinando verdades de Deus ou não.

Aqui, fica claro que devemos julgar. Porque? Porque está em jogo aqui a integridade de determinada palavra que se ouve de determinadas pessoas. Não é à toa que Jesus usa a expressão "falsos profetas", pois são pessoas que fingem ser servos de Deus, mas não o são, e induzem as pessoas a fazerem coisas que não são de Deus. Assim, como o servo de Deus pretende seguir a Cristo se atender a ensinos contrários aos ensinamentos Dele? Por isso, aqui é ensinado como devemos julgar e discernir se estas pessoas são de Deus ou estão ensinando as verdades Dele, pois, do contrário, não podemos ouvir estas palavras...

A chave aqui são os frutos. Se estivermos verificando se alguém é de Deus ou não, devemos olhar suas atitudes e as consequências delas na vida deste e dos que estão á sua volta. Não confunda isso com determinados pecados que esta pessoa cometer, pois todos nós pecamos. Por isso, devemos ser cuidadosos neste julgamento.

Porém, se estivermos verificando se algo que está sendo dito vem de Deus, devemos ver se está de acordo com a vontade de Deus! E onde conhecemos a vontade de Deus? Na Bíblia!

Ou seja, devemos julgar as vidas das pessoas e também o que dizem. Porém, com a consciência de que estaremos nos expondo a sermos julgados também.

Esta é a verdade. Pra finalizar, vamos organizar o texto que foi originado de tudo isso em algo mais resumido:

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Devemos julgar as pessoas somente se estivermos dispostos a sermos julgados da mesma maneira. Se pretendemos julgar quem quer que seja, precisamos ter discernimento do Espírito Santo para tal e, se não for o caso, devemos corrigir quaisquer coisas ("traves") que nos estejam impedindo de ter este discernimento ("ver claramente"). Além disso, nosso julgamento deve ter duas finalidades:

1) Exortar um irmão, para que ele seja edificado e deixe de agir contra a vontade de Deus;
2) Evitar que nós, ou outras pessoas, acreditem em mensagens contrárias ao que Deus ensina.

Nosso julgamento deve basear-se nos frutos das pessoas e no que diz a Bíblia. Não devemos julgar pelas aparências, pois muitos que parecem santos, não o são, sendo, na verdade, descrentes (falsos profetas ou lobos devoradores).

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Pronto, acabei. Então, posso te julgar agora? :D

P.S: quanto às aspas nas palavras "boa" e "ruim", fiz isto para destacar o fato de que ninguém é, de fato, bom. Só Jesus o é. "Bom" é apenas um filtro para descrever aquelas pessoas que fazem parte da Igreja que Cristo irá arrebatar e "ruim" é o resto das pessoas. Mas, na prática, todos nós somos "maus" ("ruins"), por sermos pecadores. Mas Deus é tão BOM (sim, Ele é bom sem aspas) que nos permite sermos justificados pelo sacrífico de Jesus na cruz do Calvário! Eita, melhor parar, que isso é assunto pra outro artigo.. fui! :D

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O caso do Pastor Paulo Roberto

Como servos de Deus, somos bombardeados constantemente por críticas de vários segmentos, muitas delas oriundas de maus exemplos de pastores que se intitulam evangélicos (alguns realmente o são, mas erraram, outros fingem que são. Não irei me ocupar de diferenciar os dois, pois só Deus o sabe). Muitos devem ter ouvido falar do Pastor Paulo Roberto, da Assembléia de Deus: ele pregou em várias cidades e anunciou um estranho testemunho de que Deus usou uma galinha para lhe falar "em mistérios" e um galo foi usado para interpretar estas línguas. Não irei abordar nada disso, e sim ISTO aqui:

Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=e5M54VENHWg
Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=AKSbullcH18
Parte 3 - http://www.youtube.com/watch?v=O63npZNZAl0

Resumo: o pastor Paulo Roberto, em meio à sua pregação, soltou o verbo e chamou o pastor Ciro de canalha várias vezes (e a outros também). Condeno totalmente esta atitude dele, pois o local de pregação da Palavra de Deus é um local para a edificação dos ouvintes, e não para ofensas. Além disso, esta atitude é condenável por caracterizar falta de amor para com seu irmão (independente de sua raiva estar fundamentada ou não). Por isso, escrevi uma carta onde, respeitosamente e cuidadosamente, exortei o pastor acerca disso e enviei pra ele através do site dele. Eu espero que esta carta seja usada pelo Espírito Santo para edificação dele, pois eu não sou nada além de um servo de Deus falho e, sem a inspiração do Espírito Santo, minha carta não valerá de nada.

Abaixo, está a carta que eu mandei pra ele, na íntegra. Julgue conforme a palavra de Deus e veja se estou correto ou não. Afinal, devemos julgar NO SENHOR tudo aquilo que ouvimos e lemos, para que não caiamos em heresias, não é mesmo? :)

Que Deus os abençoe! ^^

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A Paz do Senhor, meu amado! Estou aqui, humildemente, lhe enviando esta mensagem, não como um dono da razão, pois nem de longe detenho este título (e nenhum ser humano detém isto neste mundo), nem como alguém superior (pois todos somos iguais perante o Senhor Jesus e Ele é o único que É superior), mas como um irmão em Cristo, pois fiquei indignado com a pregação que o senhor fez, a qual foi divulgada no youtube, onde o senhor empregava palavras de baixo calão e xingava pessoas do ministério da Assembléia de Deus. O intuito desta mensagem é a de exortar o irmão de coisas acerca das quais, segundo a Palavra de Deus, eu creio que o senhor agiu erroneamente. Repito: não sou superior ao senhor, sou pecador também, pois a Bíblia é clara quando afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23) e “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1 João 1:8, com ênfase disso no versículo 10), mas a questão é que o seu erro causa um impacto muito maior, pois ele é publicado na mídia e causa blasfêmia dos incrédulos para com nossa fé. Por isso, julgo que é necessário que algo seja esclarecido a respeito disso.

Em primeiro lugar, o senhor é uma pessoa adulta e com certeza sabe que o respeito é algo muito importante nas relações humanas. Não só isso, pois a própria Bíblia prega que devemos ter respeito para com os outros, pois pede para que amemos o próximo como a nós mesmos ("E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo." - Lucas 10:27) e ainda respeitemos às autoridades constituídas (“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. “ – Romanos 13:1, com “potestades” no sentido de “autoridades”). Por isso, nós, como servos de Deus, devemos ter esta atitude para com todas as pessoas, independente de serem nossos irmãos na fé ou não e, PRINCIPALMENTE, se são nossos irmãos!!! Pois todos nós, sejam assembleianos, presbiterianos, batistas, ou qualquer outra denominação evangélica, somos membros de um só corpo e membros de uma ÚNICA igreja! Ou seja, se somos membros uns dos outros, ninguém é inútil e ninguém é menos importante a ponto de que o menosprezemos, pois, se somos ordenados a amar o nosso próximo incrédulo, quanto mais a um irmão tido como nosso companheiro e membro do corpo de Cristo (assim como Paulo, inspirado por Deus, afirma em I Coríntios 12:12-31)?? Ou seja, é justificável que o senhor, pessoa supostamente instituída por Deus, para pregar o evangelho Dele, use de seu espaço para ofender aos seus irmãos em Cristo? A questão aqui não é se suas reclamações possuem fundamentação, e, sim, que nós, como servos de Deus, devemos buscar sempre agradar a Deus, conforme o senhor mesmo disse em sua pregação. Seja sincero: o senhor acha que está agradando a Deus, usando palavras de baixo calão (e a Bíblia também condena isso em Efésios 4:29 “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.”) para desrespeitar um irmão em Cristo?? Jesus faria isto? Além disso, o senhor afirmou que, diferente do que alguns pastores diziam, quando afirmaram que o senhor não pregaria na igreja deles, o senhor pregaria de qualquer jeito e que eles morreriam para tal (ou, quando eles morressem, o senhor pregaria). Irmão, o amor de Deus realmente desejaria a morte de alguém??? E, mais ainda, de um irmão em Cristo? O senhor tem consciência do impacto devastador e danoso que teve esta sua palavra? Jesus pregaria isso? Ele desejaria que alguns morressem? O próprio Deus não disse que Ele “Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:4)?? Então, porque o senhor teria que ser diferente??? Nós não temos que ser imitadores de Cristo? Se Deus pensa assim, porque pensaríamos diferente? Se o senhor tem um ministério de Deus, o senhor DEVE ter amor pelas almas, mesmo que, na sua visão, elas sejam desprezíveis e más (lembre-se que o senhor não se isenta de ser pecador, pois, como mencionado antes, TODOS PECARAM e TODOS TÊM PECADO).

Em segundo lugar, o senhor, como pregador da Palavra de Deus, deve saber muito bem que o senhor tem a incumbência de ser um instrumento de Deus na manifestação da sua Palavra, a qual ele prega como quer, quando quer e onde quer e esta palavra é feita SEMPRE para edificação de todos, conforme está escrito em I Coríntios 14:26: "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação."Ou seja, seja esta palavra de exortação, consolação ou de ânimo, ela sempre deverá ser para nossa edificação e, principalmente, para a exaltação do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois Ele é o único digno de todo louvor, honra e glória, e mais ninguém, como o senhor também o sabe muito bem. Logo, se a palavra deve ser para edificação, então ela deve fazer com que as pessoas enxerguem a vontade de Deus para as suas vidas, mesmo que as atitudes destas pessoas estejam sendo criticadas, e estas pessoas devem sempre, no mínimo, sair com a consciência do que Deus quer para a vida deles. Resumidamente, o púlpito da igreja NÃO é lugar para se “lavar roupa suja”, e sim para manifestar a Palavra de Deus e para glorificar somente a Ele. O senhor acha que, usando um espaço santo como este, como um servo de Deus, está glorificando a Deus, utilizando este espaço para outro fim? O senhor acha que está edificando alguma vida ao divulgar injúrias para com alguns irmãos em Cristo?

Em terceiro lugar, a rebeldia é um sentimento extremamente perigoso. 1 Samuel 15:23, na sua primeira parte, diz “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria”. Sua atitude naquele púlpito dá a entender (mesmo que esta não tenha sido a sua intenção) que o senhor está incitando as multidões a se rebelarem contra aquelas pessoas que o senhor esculachou na frente delas. O senhor, no fim de sua pregação, disse que não queria que ninguém se rebelasse contra seu pastor, mas estas palavras passam vazias depois de ouvir o que o senhor disse antes, pois dá a entender que aquelas pessoas “canalhas” (conforme o senhor as chamou em sua pregação) estão erradas, conseqüentemente, não devem ser seguidas. Só a título de informação, gostaria que o senhor atentasse para o significado da palavra “canalha”:

“A plebe mais vil, gente desprezível, pessoa sem moral, desonesta; patife, infame, velhaco.”

É disso que o senhor está chamando a seu irmão em Cristo, pastor? Acha que Deus se agrada disso?

Em quarto e último lugar, o senhor falou de “SEU” ministério... Irmão, este ministério não é SEU, nem MEU, nem de sua igreja: seu ministério é do SENHOR! Somente Deus é que detém o poder sob nossos ministérios e somente Ele decide como ele será feito e quando este acabará. Não temos poder de decisão, irmão, neste sentido, pois somos apenas instrumentos nas mãos do Senhor e tudo o que fizermos deve ser claramente destinado à glória Dele. Ou seja, não há do que se gabar se o “seu” ministério está curando enfermos, restaurando vidas, etc., pois tudo isso é obra de Deus. O senhor NÃO tem esta capacidade, o Senhor que o tem. Nunca se esqueça disso, irmão, pois Deus nos dá dons para que cuidemos deles até que Ele volte e ele quer que nós demos frutos para Ele.

Concluindo, eu lhe peço que ore a Deus e pergunte a Ele (e, depois, a si mesmo) se suas atitudes realmente condizem com a vontade de Deus. Repito, não sou melhor que o senhor: mesmo que eu não cometa alguns destes erros, com certeza tenho meus pecados, os quais devo constantemente confessar ao Senhor e clamar pela Sua misericórdia. Eu falo tudo isso a você como seu semelhante, e não como alguém superior (ou inferior) à sua pessoa. Espero que o que eu escrevi sirva para sua edificação, conforme a vontade de Deus, pois não adianta escrever um texto extremamente bem detalhado e bem estruturado se Deus não o abençoar, pois terá sido em vão. Mais uma vez, paz do Senhor e Deus te abençoe!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Livre arbítrio: ele realmente existe?


(Este artigo provavelmente será revisado, visto que o autor mudou um pouco sua constatação sobre este assunto)

Um dos pontos polêmicos das discussões religiosas e filosóficas é acerca do livre arbítrio. Afinal, ele existe? Como funciona?

Vou logo adiantando que este texto destina-se a defender a idéia de livre-arbítrio cristã, só que com pontos de vista meus. É óbvio que eu não sou o dono da razão em relação à nada, muito menos em relação a isso, então discordâncias eventualmente surgirão.

Primeiramente, as pessoas possuem um conceito errôneo do livre arbítrio defendido pelo Cristianismo. E não me refiro apenas a pessoas não-cristãs: até mesmo alguns cristãos não sabem totalmente acerca do conceito e quando ele se aplica. Pois o livre arbítrio existe, mas ele não é absoluto. Em outras palavras, nem sempre você tem livre arbítrio!

"Como é que é??? Quer dizer que há momentos da minha vida que eu não escolho que caminho seguir?? Onde foi parar minha liberdade de decidir que caminho vou seguir???" - talvez alguém reclame acerca disso. Como eu mencionei antes, o livre arbítrio nem sempre é aplicável nas pessoas. Vou explicar isso depois de conceituar o próprio livre arbítrio:

Livre arbítrio nada mais é do que a capacidade que uma pessoa tem de escolher o que ela quer fazer. Por exemplo, quando ela escolhe virar à esquerda, em vez de virar à direita, quando ela decide comer feijão com arroz no almoço, e assim por diante. Ou seja, o livre arbítrio é algo muito comum na vida das pessoas.

Porém existem pessoas que não acreditam no livre arbítrio. Um deles foi o famoso psicanalista Sigmund Freud. Ele defendia que as pessoas não realmente decidiam fazer as coisas: elas eram sempre oriundas de influências de seu sub-consciente... Apesar de Freud realmente ter revolucionado o mundo com suas teorias, isto não quer dizer que ele esteja correto em sua totalidade. Livre arbítrio existe e é o que pretendo mostrar aqui.

Como eu mostrei acima, é extremamente óbvio que tomamos decisões todos os dias, tanto em coisas triviais como em coisas mais complexas. E muitas destas decisões se baseiam em caprichos e preferências nossas, o que mostra a relação entre a vontade e a ação. Além disso, demonstra a responsabilidade que cada pessoa tem pelos seus atos, o que é resultado da existência do livre arbítrio. Se o livre arbítrio não existisse, não teria como condenar ninguém por algum crime, pois a pessoa não tinha livre arbítrio e não escolheu cometer o crime. Ou seja, livre arbítrio existe!

O cristianismo reforça isso. A Bíblia diz que Jesus:

11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;

João 1:11-12

"Seu" se refere aos judeus, que eram o povo escolhido de Deus. Como estes (os judeus) optaram (veja o livre arbítrio) em não receber Jesus, então Jesus permitiu que qualquer um que quisesse fosse feito filho de Deus. Bastava crer Nele (em Jesus). Ou seja, uma mera questão de decisão.

Falei acerca disso pois existem os defensores da predestinação, que dizem que Deus escolheu as pessoas que iriam aceitá-lo antes mesmo que elas O "aceitassem", eliminando das pessoas o livre arbítrio de escolher se querem seguir a Cristo ou não. Deus sabe de todas as coisas, por isso Ele sabe que pessoas OPTARÃO por escolhê-lo. Mas Deus não forçou nenhuma destas pessoas: elas o escolherão por livre e expontânea vontade, caracterizando o livre arbítrio.

Ou seja, as pessoas possuem livre arbítrio em suas escolhas cotidianas e em suas escolhas acerca de quem irão seguir: a Jesus ou algum outro. Mas ainda não cheguei na parte aonde o livre arbítrio desaparece (pelo menos, em parte): sim, há esta parte!

Quando alguém decide seguir a Cristo, ela entrega sua vida para Ele. Desta forma, ela está deixando que Deus decida por ela acerca do que ela irá fazer pra sua vida (obviamente escolhas mais triviais, como que marca de pasta de dente utilizar, ainda são de espontânea vontade), pois Deus sabe o que é melhor para ela. Desta forma, a pessoa renunciou ao seu livre arbítrio e o entregou nas mãos de Deus. Ou seja, qualquer um que queira seguir a Cristo deve abdicar, essencialmente, de seu livre arbítrio. Porém, mesmo para isso, ele se utilizou de livre arbítrio antes (pois escolheu seguir a Cristo)! Neste caso, você ainda tem livre arbítrio, mas renuncia a ele, vivendo como se não o tivesse. Mas, a medida que você se torna mais próximo a Jesus, seu livre arbítrio diminui, pois você passa a atentar mais ainda para a vontade de Deus. Isto não é um problema, pois a vontade de Deus sempre é a melhor para nós e, à medida que nos aproximamos Dele, nós, de boa vontade, fazemos o que Ele nos manda.

"Ah, então quer dizer que os crentes não tem livre arbítrio? Então prefiro ser 'do mundo' e continuar com meu livre arbítrio" - talvez alguém fale algo do tipo. Porém, lembre-se do que eu disse antes: as pessoas escolhem seguir a Jesus ou a alguma outra pessoa/coisa. Quando decidem por seguir a Cristo, abdicam de seu livre arbítrio. Se decidem não seguí-Lo, elas terão que seguir alguma outra coisa, tais como: outros "deuses", pessoas, ideologias diferentes. Fazendo isto, esta pessoa também chega a um ponto aonde perde seu livre arbítrio!

"Opa! Como assim???" - se uma pessoa recusa ao convite de Cristo, ela não recebe o perdão pelos seus pecados (pois não o quis). Desta forma, aos poucos, ela vira escravo dos seus próprios pecados. Por mais que ela afirme ter liberdade de escolha, o vício pecaminoso acaba sendo mais forte do que ela e a escraviza. Com isto, temos pessoas que pecam constantemente na área sexual (e não conseguem resistir), são viciadas em jogos de azar, bebida ou qualquer outra coisa que, em excesso, a prejudique, etc. Como a Bíblia diz que "um abismo chama outro abismo", a pessoa, cada dia mais, irá ficar presa em seus pecados. Isto também lhe tira livre arbítrio, em aspectos gerais, já que a pessoa se torna impotente e, mesmo que ela anseie por se livrar destes atos, não consegue fazê-lo sozinha...

"Tá, você disse que quando as pessoas recusam a Cristo, com o tempo viram escravos de seus pecados e perdem o livre arbítrio. Ou seja, elas não podem mais mudar de lado, já que não tem mais controle sobre si mesmas, certo?" - não necessariamente. É certo que muitas pessoas são presas pelo pecado, mas isto não quer dizer que não possam ser resgatadas dele. É aqui que Jesus entra: Ele é capaz de dar forças para que a pessoa possa, por um instante, sair desta escravidão e optar por serví-lo. Assim, ela recupera o seu livre-arbítrio e o concede à única pessoa que realmente irá cuidar dele: Jesus. Ou seja, de qualquer forma, uma pessoa tende a perder seus livre arbítrio. Mas, como deu pra perceber, isso não é necessariamente ruim: depende pra QUEM você deu seu livre arbítrio!

"Mas e as pessoas que aceitaram a Jesus e eventualmente se desviam? Elas não tinham entregado seu livre arbítrio para Jesus? Como poderiam recuperar ele e "se desviar" pro outro lado?" - bom, como se pode perceber, com influência externa (Jesus, tanto direta como indiretamente), as pessoas podem recuperar seu livre arbítrio e optar por sair de uma vida de pecados. Ou seja, mesmo que uma pessoa seja cristã convicta, ela precisa constantemente vigiar para que não seja influenciada pelo ambiente ou por outras pessoas, influências estas que podem fazer esta pessoa recuperar o livre arbítrio e optar por não entregá-lo mais à Deus.... Afinal, quanto menos próximo de Deus, menos de seu livre arbítrio a pessoa entregou a Ele, o que faz com que seja mais fácil se desviar.

Resumindo, constatamos que o livre arbítrio, para decisões pessoais, referentes à caprichos e gostos pessoais, costuma sempre existir. Nós escolhemos livremente se queremos comer arroz branco ou de leite; se queremos ser advogados ou professores. Já o livre arbítrio referente a como conduzimos nossa vida existe, de forma geral, apenas quando nos encontramos na situação de decidir se estamos do lado de Jesus ou não. Seja qual for o lado que escolhermos, ele irá adquirir nosso livre arbítrio, com o passar do tempo, e irá influenciar o modo como conduzimos nossa vida. Ou seja, a questão é você saber escolher para quem você quer entregar suas vontades: para Jesus, que te ama e quer te guiar para uma vida de paz e felicidade, ou para o mundo, que irá satisfazer suas necessidades, inicialmente, mas irá escravizá-lo e prender você em seus pecados? Você decide.

Ou seja, aproxime-se mais de Deus e você deixará o livre arbítrio, cada dia mais, para fazer a vontade de Deus. Do contrário, afaste-se de Deus e você ficará cada dia mais envolvido em seus pecados, até que estes passem a exercer controle sobre você e escravizem você.

Pra terminar, voltando à Sigmund Freud, vejam este poema, cuja autoria é desconhecida. É uma pequena crítica ao pensamento dele de que não existe livre arbítrio:

Determinismo Revisitado

"Fui ao meu psiquiatra - para ser psicanalizado
Esperando que ele pudesse me dizer por que esmurrei ambos os
olhos do meu amor.
Ele me fez deitar em seu sofá para ver o que poderia descobrir
E eis o que ele pescou do meu subconsciente:
Quando eu tinha um ano mamãe trancou minha bonequinha
no baú
E por isso é natural que eu esteja sempre bêbada.
Um dia, quando eu tinha dois anos, vi papai beijar a
empregada
E por isso eu sofro de cleptomania.
Quando eu tinha três anos senti amor e ódio por meus irmãos
E é exatamente por isso que espanco todos os meus amantes!
Agora estou tão feliz por ter aprendido essas lições que me foram
ensinadas
De que tudo que faço de errado é culpa de alguém!
Que tenho vontade de gritar: viva Sigmund Freud!"
Abraços e até a próxima! Deus te abençoe! ;)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O que faria você acreditar que Deus existe?

Uma das perguntas que mais percorre diversos debates pelo mundo é sobre a existência de Deus. "Deus existe?", "Existe apenas um deus? Ou vários?", "Ele é pessoal ou ele é a própria natureza?" são questões que costumam ser levantadas. Minha intenção com este meu texto não é de afirmar categoricamente a minha visão acerca da existência de Deus. Sim, eu acredito em um único Deus, pessoal, onisciente, onipresente e onipotente. Mas minha intenção não é prová-Lo aqui, muito menos tentar impor esta crença a quem quer que seja. Deus nos concedeu o livre arbítrio, o qual deve ser respeitado, independente das circunstâncias (apesar deste livre arbítrio não ser exatamente como muitos pregam. Inclusive, eu provavelmente postarei um texto sobre isso em outra oportunidade). Ou seja, não vou forçar a barra aqui.

A questão que quero levantar está no título: "O que faria você acreditar que Deus existe?" Veja bem, já me defrontei com diversas objeções sobre a existência de Deus, e não pretendo abordar elas aqui. Porém, há uma interessante que eu quero abordar. Muitas pessoas frequentemente falam algo do tipo:

"Eu só acredito em Deus se acontecer algo que me convença disso."

Obviamente, a afirmação não se apresenta rigidamente desta forma, mas a lógica dela é esta: as pessoas querem algo palpável, visível, concreto que mostre a elas que Deus realmente existe. Tipo, como eu provar pra alguém que eu sei nadar, mergulhando em um lago na frente de todo mundo e nadando...

O que dizer acerca disso? Estas pessoas estão erradas em querer isso? A princípio, não. É uma característica natural dos seres humanos quererem provas visuais para acreditarem em algo. Nós, seres humanos limitados aos nossos 5 sentidos (visão, olfato, audição, tato e paladar), queremos que esta coisa seja sentida pelos nosso sentidos, especialmente a visão, a qual seria a mais confiável. Além disso, é perfeitamente viável procurar evidências concretas, pois há milhões de charlatões por aí e você não vai acreditar em todos eles, né?

Só que há um problema com esta asserção: que tipo de coisa deveria acontecer para que uma pessoa cética pudesse, pelo menos, rever seus próprios conceitos? O que ele teria que ver ou ouvir que iria fazer ele pensar algo do tipo: "Poxa, esta experiência não faz sentido de acordo com meu ponto de vista, mas ela aconteceu! Tem que haver uma explicação além daquilo que eu sempre acreditei!". Veja que eu não estou presumindo que o cético vai chegar, ter a experiência e converter-se instantanemante! O que eu gostaria de saber é o que faria ele, pelo menos, repensar seus conceitos e passar a considerar o teísmo como algo mais passível de ser verdade, e não um mero conto de fadas, como muitos por aí pensam...

Enfim, para tentar desvendar isso, enumerarei coisas que nós, humanos, costumamos associar a provas concretas:

1) Percepção da experiência a partir de nossos 5 sentidos (principalmente a visão);
2) Sequência lógica de fatos, com premissas corretas e coerentes, que embasem perfeitamente bem o que está se tentando provar;
3) Relatos de pessoas com histórico confiável, que embasem o que está se tentando provar.

Pode haver mais coisas, mas estas são as principais, pelo que eu sei (e lembro).

Enfim, pelos 3 tópicos que eu abordei acima, temos 3 tipos de evidências:

experimental (número 1), lógica (número 2) e pública (número 3).

Se há mais tipos de evidências, não creio que sejam tão utilizadas quanto estas 3.

Certo, vamos ver um por um: a evidência experimental é capciosa, pois nem tudo o que nossos sentidos percebem é, de fato, uma percepção válida. Há diversos fatores que podem alterar nossa capacidade de percepção, como exaustão, drogas e alucinações. Sem contar as falsas percepções, oriundas de truques, quando você pensa, por exemplo, que o mágico fez a assistente desaperecer, quando, na verdade, não passa de um truque simples! Ele faz você perceber algo que está fora da realidade, mas que é convincente o suficiente para fazer alguém acreditar!

A segunda evidência é a lógica. A lógica, em si, é única, exceto por algumas correntes alternativas, mas o modo como se utiliza ela pode divergir. Tendo as premissas (afirmações supondo determinada coisa ou fato) certas, você consegue "provar" desde coisas coerentes até grandes absurdos! Veja um exemplo:

Premissa 1: Eu moro em Natal
Premissa 2: Todos os moradores de Natal são vegetarianos
Conclusão: Logo, eu sou vegetariano.

A lógica é empregada corretamente, mas a conclusão "prova" um erro, pois a premissa 2 está errada: nem todos os moradores de Natal são vegetarianos! Eu mesmo sou um exemplo disso, pois detesto verduras! Com isso, veja como a lógica pode provar qualquer coisa, desde que você utilize as premissas "certas"..

Como há muita coisa ainda a ser descoberta e provada no mundo, não conseguimos definir muitas premissas como verdadeiras para serem utilizadas para provar outras coisas! Por exemplo: a premissa "O mundo foi criado por Deus" não tem valor definido, já que não há como provar isso logicamente (apesar de eu crer nisso). Por isso, uma discussão que use esta premissa tem conclusão indefinida! Ou seja, a lógica também não resolve tudo!

Por último, a evidência pública também é imperfeita, pois se baseia nos testemunhos de outras pessoas. E as pessoas, por mais confiáveis que sejam, podem vir a se enganar ou mentir! O que garante que tudo o que se diz a você é verdade? Nada, realmente. Você acaba confiando, pelo histórico de relações que você tem com estas pessoas, mas nada realmente garante que elas sempre dirão a verdade. Porém, nós confiamos. Mas o que vemos aqui é que não se pode usar isto como prova concreta!

Enfim, enrolei bastante falando de tudo isso, agora voltemos à pergunta: O que faria você acreditar que Deus existe? Nenhum daqueles tipos de evidências consegue provar 100% a respeito de coisas concretas do mundo material, quanto mais algo abstrato como a crença em Deus! Vejamos uma série de possibilidades que alguém poderia citar como eventual evidência da existência de Deus:

1) "Eu preciso ter uma experiência incrível para acreditar em Deus! Ele deve aparecer a mim em uma luz brilhante e deve falar comigo, dizendo que é Deus!" - não nego que isto possa acontecer, em relação à minha crença, MAS não estou debatendo isto; estou vendo a plausibilidade das evidências que alguém pediria para provar Deus. Como eu disse, a percepção nos prega peças. Você poderia até ter esta experiência: ou pensar que a teve! Vai que você estava num deserto, morrendo de fome, aí você viu uma miragem e ouviu vozes: isto é possível. Muitas vezes ouvimos coisas porque queremos ouvir aquilo, e não porque, de fato, ouvimos aquilo. Além disso, supondo que havia realmente uma luz e uma voz, o que garante que não eram efeitos especiais de algum pilantra que estava tentando enganar você e a muitos? Não tem como garantir...

2) "Eu quero que me dêem um argumento totalmente coerente e irrefutável logicamente, para que eu acredite em Deus!" - agora temos o problema lógico... Vimos antes que, com as premissas certas, podemos provar qualquer coisa, o que torna este método duvidoso, se não conhecemos as premissas.. Sem contar que há muitas premissas que possuem valor indefinido, já que ainda não sabemos com certeza a veracidade ou falsidade delas, do ponto de vista lógico. Ou seja, isto também não iria adiantar, pois alguém poderia lançar dúvidas sobre o suposto argumento e derrubá-lo (o que não significa que a conclusão era mentirosa, apenas indica que o argumento estava errado). Temos debates que fazem isso o tempo todo! Logo, isso também não garante nada...

3) "Eu confio nos cientistas! Se os melhores e mais confiáveis cientistas me disserem que Deus existe, eu acreditarei" - eu sei que forcei a barra com esta, mas é só pra dar um exemplo quanto à evidência pública. Porém, eu fiz isso de propósito: afinal, há muita gente por aí que segue os cientistas cegamente! Não estou desmerecendo a Ciência: ela é esforçada e constantemente está em busca da verdade científica das coisas. Mas, convenhamos, tem muita gente que acredita na Ciência por pura ignorância, e não duvido que haja cientistas se aproveitando disso! Quer ver um exemplo prático? Vou passar a vocês um conhecimento meu:

"As linguagens de programação são sequências de instruções usadas para se criar os programas de computador. Existem muitas linguagens de programação, dentre as quais temos a linguagem Java, uma das mais utilizadas na atualidade! Ela possui uma quantidade enorme de instruções que você pode utilizar, dentre as quais temos o "System.out.println()", a qual exibe uma sequência de caracteres na tela, à escolha do usuário. Esta instrução funciona assim: ela pega cada letra da sentença que se deseja mostrar na tela, transforma em seu correspondente numérico, soma todos estes números e guarda em uma região da memória. Aí, depois que faz isso, as letras são unidas na tela, uma de cada vez, formando a palavra e aquele número é registrado em um arquivo chamado Win32.dll"

Viajou? Ótimo, esta era a intenção. Se você for como a maioria das pessoas - um usuário básico de computador - você provavelmente deve ter se atrapalhado em entender muitas coisas aqui. Isso não tem nada de mais: cada pessoa tem suas qualificações e não são todos que entendem de programação. Ou seja, é provável que você tenha aceitado cada coisa que eu escrevi aí, mesmo que não tenha entendido bulhufas ou tenha achado estranho...

Mas e se eu te confessar que eu menti ali? "Opa, seu mentiroso! Eu vou te pegar!".. Calma aí, isso foi proposital e vou te explicar o porquê. Mas, primeiro, vou mostrar aonde eu propositalmente menti:

"Esta instrução funciona assim: ela pega cada letra da sentença que se deseja mostrar na tela, transforma em seu correspondente numérico, soma todos estes números e guarda em uma região da memória. Aí, depois que faz isso, as letras são unidas na tela, uma de cada vez, formando a palavra e aquele número é registrado em um arquivo chamado Win32.dll"

Não há nada disso no processo para que a tela exiba a sentença que você pediu que fizesse. Eu inventei tudo isso, mas coloquei de tal forma que muitos, que não entendem do assunto, vão acabar acreditando em mim! Ou seja, é fácil enganar as pessoas quando você fala de algo que elas sabem pouco e, pior, quando este conhecimento não é tão acessível..

Agora, imagine um cientista explicando sobre átomos! Muitas pessoas entendem pouco sobre isso, e as explicações que os cientistas dão costumam ser científicas demais, fora da linguagem popular. Ou seja, muita gente viaja ao entender eles. Fazendo um paralelo ao meu exemplo acima, é extremamente fácil que um cientista mal caráter aproveite-se disso pra distorcer idéias e divulgar conhecimentos falsos! E o povo, leigo, vai ter que acreditar!

Dependendo do que tiver sido falsificado, a comunidade científica pode demorar muito tempo para descobrir o erro. Até lá, muita gente já foi enganada e adequou suas opiniões ao ensinamento falso. Devo deixar bem claro que eu NÃO estou dizendo que a Ciência é falsa, nem que ela costuma fazer isso! Meu ponto é: não há plenas garantias de que tudo o que os cientistas dizem é verdade, se este for seu único sustentáculo para acreditar em algo...

"Ah, aonde você quer chegar com tudo isso?". É bem simples. Eu sei que o texto enrolou demais pra chegar aqui, mas agora vem o desfecho: não adianta esperar provas concretas sobre qualquer coisa, porque SEMPRE haverá razões para não acreditar nelas! SEMPRE! Mesmo que sejam razões improváveis, mas são possíveis! A premissa pode estar imperfeita (ou errada), o cientista (ou outra pessoa de confiança) pode estar mentindo ou pode estar enganado, a sua mente pode pregar peças em você... Enfim, não dá!

Então, o que fazer? Temos que estabelecer um limite para todo este ceticismo, pois, como você pôde ver, não dá pra acreditar em NADA se você for totalmente cético! Ou seja, a fé é importante para o processo! Não importa se ainda há objeções, não importa se não foi totalmente convincente: assuma uma posição e tenha fé nela! Ou seja, se você teve algo diferente, que TALVEZ pudesse ser associado a Deus, por exemplo, não saia simplesmente negando e colocando obstáculos, pois você irá andar em círculos assim! Em vez disso, procure dar o benefício da dúvida e procure investigar melhor isso, humildemente. Então, quem sabe você não acaba descobrindo que Deus existe?

Paz e obrigado pela paciência! ;)